Carla Frias nasceu em Moçambique a 30 de janeiro de 1969 e chegou a Portugal com 6 anos. O regresso abrupto em outubro de 1975 não permitiu fazer o
exame do 3.o ano do ensino básico; pelo que teve que repetir o 2o ano, mas sempre inserida no grupo do 4.o ano. Frequentou a Escola Superior de Educação
de Coimbra, na licenciatura de formação de Professores de Educação Visual e Tecnológica, que concluiu em 1995; em 2002, fez uma Especialidade em Forma-
ção de Professores de Educação Visual e Tecnológica; em 2004, fez um curso no Instituto Superior Bissaya Barreto em parceria com a Gulbenkian, Pedagogia
Diferenciada; em 2010, concluiu o mestrado na faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Coimbra.
As suas metodologias de ensino sofreram alterações com a implementação deste projeto?
Apesar de eu já lecionar a partir da motivação dos alunos, baseando-me nas suas necessidades, sim, posso afirmar que ocorreram pequenas alterações, principalmente na articulação com as outras disciplinas, e isso foi produtivo e rentável.
Mas também devo dizer que tive o privilégio de participar no curso “Out from classroom”, na Finlândia, onde estive no papel de aluna e vivi outras formas de aprendizagem, com as quais me identifiquei muito e onde revi todas as ideologias do “Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular”. Lembro-me, a título de exemplo, de numa saída para conhecermos a zona, foram-nos dados mapas e “pistas” para encontrarmos respostas, ou seja; nós é que tínhamos de
descobrir o que lá existe de
importante e transmiti-lo
através do telemóvel - nessa
simples saída, conseguimos
abranger competências de
todas as disciplinas e deixamos de ter “guias” para sermos nós a desco-
brirmos o saber - garanto que, deste modo, a aprendizagem é mais
atrativa e duradoura. São experiências que eu considero que os docen-
tes deveriam vivenciar e pôr em prática com os seus alunos - eu sei que
isso implica trabalho, mas se tiverem a sorte de irem com um grupo
fantástico como aquele em que integrei, tenho a certeza que a motiva-
ção deles não será menor do que a minha e a dos meus companheiros.
Um professor tem a sorte de não envelhecer, pois o contato com os
jovens não o permite e, tal como estes, estamos sempre a aprender e
não nos podemos esquecer que o que para nós poderá ser “futuro”,
para os alunos já é “passado”.
Sempre que possível, irei reiterar
o que aprendi, em contato pes-
soal ou não, contando com o
apoio de toda esta estrutura que
envolve o nosso Agrupamento
de Escolas.
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